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domingo, 9 de maio de 2010

Vinho Nacional, mercado em crescimento.

O Brasil, apesar de vir logo atrás do Chile e da Argentina em volume de produção de vinhos finos, na América do Sul, produz apenas 3 milhões de hectolitros por ano. Só para se ter uma idéia, a França, maior produtor mundial, chegou à marca de 45,7 milhões de hectolitros, em 2009. Então vejamos o quanto o Brasil ainda tem a crescer nesse mercado. Inclusive, no consumo, pois nossa média é de apenas 2 litros per capita/ano, o que também é muito pouco comparado com outros países, como a Argentina, que consome 33 litros per capita/ano. Além disso, cerca de 80% dos vinhos consumidos aqui são de outros países. O consumo de vinhos nacionais ainda é muito baixo, em parte devido aos altos impostos. Recentemente, muitos me perguntam o porquê dos vinhos nacionais bons, serem tão mais caros. Impostos é a resposta. Cerca de 52% do preço de um vinho nacional é composto apenas de tributos.

As uvas mais cultivadas no Brasil são: Cabernet Sauvignon, Merlot, Pinot Noir, Cabernet Franc, Syrah, Chardonnay, Riesling Itálico e a Sauvignon Blanc. A Gewürztraminer e a Tannat estão sendo experimentadas e demonstram bons resultados.

Um dos maiores sucessos do país é a produção de espumantes, seja pelo método tradicional ( méthode champenoise ), ou pelo charmat. O vinho nacional não atinge uma maturação muito boa, por isso, geralmente, é um vinho pesado, que precisa de uma segunda fermentação, daí o sucesso dos espumantes. Muitos produtores de renome internacional atestam a região de Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul, como sendo propícia à produção de espumantes de altíssima qualidade, com as variedades Chardonnay, Riesling Itálico e Pinot Noir. Dos 262 espumantes nacionais, 60 já receberam medalhas fora do Brasil. Principalmente a Salton, a Chandon e a Casa Valduga.

As principais regiões vitivinícolas do país são:

• Serra Gaúcha

Concentra a maior parte dos vinhedos brasileiros. O grande problema é a quantidade de chuvas, especialmente no período de colheita, que propicia o surgimento de doenças na videira. Com tecnologia e experiência, tenta-se reverter esse quadro para chegar a uvas de maior qualidade. Nesta região, iniciou-se o sistema de denominação IPVV – Indicação de Procedência Vale dos Vinhedos.

• Campanha

É a mais promissora região para produção de vinhos finos, com condições climáticas mais adequadas ao plantio de vitis viníferas. Esta região localiza-se no mesmo paralelo que grandes regiões da Nova Zelândia, Austrália, África do Sul, Chile e Argentina.

• Vale do São Francisco

Localizado em Pernambuco, no município de Lagoa Grande, o Vale do São Francisco é uma região de clima seco, com alto grau de insolação que, graças a um sistema de irrigação, chega a produzir duas safras anuais. Porém, acredita-se que isso seja prejudicial à saúde da videira, que precisa de um tempo para descansar e recuperar as energias para produzir uvas de maior qualidade. A uva branca Moscatel se expressa muito bem na região, servindo de base para os espumantes do tipo Asti ali produzidos. A Syrah também se deu bem, sendo amplamente cultivada pelos produtores locais, seguida da Cabernet Sauvignon.

Como se pode ver, o Brasil ainda tem muito a crescer e melhorar em termos enológicos, mas precisamos acreditar nos nossos produtos para que eles possam evoluir cada vez mais. Da próxima vez que for comprar um vinho, por que não escolher um nacional? Sugestão: Salton Desejo, Salton Talento e Miolo RAR 2004.

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