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segunda-feira, 19 de abril de 2010

Pablo Morandé foi o pioneiro.

Morandé e Casablanca

É impossível falar de Casablanca sem mencionar Pablo Morandé. Foi ele que em 1982 descobriu a região para os vinhos. Sempre quando estiveres à frente de um ícone como o Don Melchor ou diante de um dos fantásticos brancos ou Pinot Noir da região de Casablanca, renda uma homenagem a este homem.


Ele esteve atrás deste grande vinho chileno, Don Melchor e foi o pioneiro na plantação de vinhas no vale da Casablanca e Leyda, hoje tão famosos por aí com seus brancos e tintos de classe mundial.

É fácil ver hoje esta região a meio termo entre Santiago e a turística Valparaíso repleta de vinhedos, mas sabe-se que a vida de pioneiro não é fácil. A poderosa Concha Y Toro tendo como foco a melhoria nos seus brancos, queria outra região que não a do Vale del Maipo. Encomendou ao seu enólogo maior na época, Pablo Morandé, esta missão. Assim surgiu para o mundo o vale da Casablanca. Com investimento pesado, e risco de não dar certo.

Em 1986 Morandé lançou seus primeiros vinhos com uvas de Casablanca. No início dos 1990 havia apenas 100 hectares de vinhedos nesta região, no ano de 2000 já eram 3.500 hectares. Hoje este número chega a 4.100 hectares e só não é maior pela dificuldade de se conseguir água na região.

O terroir de Casablanca.

Casablanca, que fica a apenas 70km de Santiago, possui um terroir único. O que determina a característica de cada vinhedo de Casablanca é sua posição em relação ao oceano Pacífico, que está a cerca de 20 quilômetros a oeste, e a influência da fria corrente de Humbolt, que baixa a temperatura na região e causa uma neblina que cobre os vinhedos pela manhã. Casablanca tem uma particularidade: está perto o suficiente do mar para sofrer sua influência, mas não o suficiente para deixar de ter amplitude térmica diária típica de climas continentais, que pode chegar a 20ºC. Assim, a região não tem noites moderadas típicas dos vinhedos próximos ao mar, o que é bom para as uvas, mas que pode provocar o congelamento dos cachos nas noites mais frias.

Casablanca é uma planície cercada de colinas, sem nenhum rio importante. A água é escassa e os vinhedos são sempre irrigados, com água fornecida por poços ou vinda por tubulações, que podem percorrer quilômetros. Os solos em geral são de argila e areia com subsolo granítico. O clima é temperado, chegando a 25ºC no verão, com cerca de 500 milímetros anuais de chuvas (concentradas de maio a outubro). O ciclo da vinha em Casablanca é longo, com cerca de 150 dias entre floração e colheita, correspondente ao período mais seco, entre novembro a abril. As raízes das vinhas penetram de dois a três metros no solo, dando boa mineralidade aos vinhos.

As Castas.

A região é dominada pelas castas brancas, que correspondem a 75% da área plantada. Em Casablanca reina a Chardonnay, que ocupa mais de 1,8 mil hectares. Outras castas importantes na região são a Sauvignon Blanc (mil hectares), a Merlot (430 hectares) e a Pinot Noir (426 hectares). Esta última, apesar de ser apenas a quarta mais plantada, forma, junto com a Chardonnay, a dupla de uvas emblemáticas e famosas da região.

Tecnologia de Casablanca.

Para que se obtenha uma temperatura adequada na plantação, são utilizadas as "máquinas de vento", grandes ventiladores que ajudam a manter o ar frio em movimento nos vinhedos.  Esses enormes ventiladores são instalados na área plantada com amplitudes de ação calculadas entre eles, e acionados para dispersar a neblina entre as linhas de plantação no período de inverno.

2 comentários:

  1. Indiquei seu blog ao selo Dardos. Dps passa no meu p/conferir e se quiser, passar adiante.

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  2. Bacana seu blog e a matéria sobre o Pablo Morandé, apenas uma dica o nome do vinho é "Don Melchor" e não Melchior.

    Gde Abraço,

    Schirlei.

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